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Arquitetos: extrastudio
- Área: 340 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Hugo Santos Silva
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Fabricantes: Astral Pool, AutoDesk, CIN, Cortizo, GIRA, GSI, Guardian Glass, Hafele, JNF, Maxit, Represtor, Secil Argamassas
Descrição enviada pela equipe de projeto. Os nossos clientes, uma artista que trabalha com cerâmica e mosaicos e um músico reformado que em tempos andou em digressão com B.B. King, decidiram construir a sua nova casa no Alto da Ajuda, um bairro da classe operária construído nos anos 30. Apesar da sua proximidade com o centro de Lisboa, a zona mantém uma certa atmosfera de aldeia, com pequenos lotes de casas de dois andares com jardins orientados para o rio. Embora as restrições de planeamento locais tenham ditado a forma exterior e o aspecto da casa, esta foi a nossa segunda tentativa de criar experiências espaciais sobrepostas dentro de um invólucro comum, dando aos habitantes uma sequência de espaços inesperados.
A cave acomoda o estúdio da artista, um espaço bruto com um pé direito alto e uma clarabóia com 10m de comprimento, que proporciona luz constante ao longo do dia. Adjacente à cave existe um espaço escondido, uma sala de música com uma janela para a piscina.
O piso térreo é um quadrado perfeito, 10x10m, um espaço generoso com grandes janelas que abrem em três direcções. Todas as áreas sociais estão perfeitamente organizadas neste espaço, proporcionando uma atmosfera viva e generosa. O piso é ligeiramente afundado em relação ao terreno, criando uma escala invulgar no interior e transformando os parapeitos das janelas em bancos.
Três quartos estão dispostos numa de uma forma tradicional no primeiro andar. No andar de cima, por baixo do telhado, encontra-se um loft com vistas magníficas sobre o rio e o mar. A paleta de materiais seleccionados - pavimentos de alumínio polido, uma variedade de madeiras, vernizes, betão e uma variedade de estuques pigmentados de cor especialmente produzidos para o projecto - destinavam-se a acentuar as diferenças entre cada pavimento.
A construção teve início após a candidatura de Portugal a uma ajuda do FMI e, tal como outros projectos contemporâneos, quaisquer elementos superficiais foram removidos, deixando uma arquitectura crua e elementar. Comprado no início da construção, o mármore da piscina age como uma memória de outras possibilidades, transformando a sala de música num lugar mágico.